Extensão

Atuando em diferentes frentes extensionistas, o Krisis tem procurado desempenhar a sua contribuição para a aproximação entre a universidade e a sociedade.  Assim, o Krisis procura cumprir a função da universidade pública, construindo espaços de debate público na relação entre comunidade e universidade. Desenvolvemos diversos Projetos de Extensão, dentre os quais podemos elencar seis atuações.

(1) O Krisis apoia a página de artigos para debates públicos Profanum Boletim. Somos marcadas/os pelo compromisso de que os saberes acadêmicos e pastorais precisam reforçar a melhoria das condições plurais de existência na Terra, o que implica em uma intransigência com toda forma de dominação e deferência por toda luta que se insurge. Por isso mesmo, as questões que nos acossam em termos de religião não estão centradas estática e exclusivamente no polo da dominação ou da resistência. Tentamos escapar também dos generalismos ou simplismos para pensar com, contra e a partir da religião um modo de vida qualificado.

(2) Participamos da oferta de um Núcleo Temático na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) chamado Memórias e lutas sociais no Vale do Submédio São Francisco, que pretende engajar docentes e discentes na tarefa teórico-política de construir um memorial das lutas sociais nessa região. Pretende-se produzir um acervo que poderá auxiliar e ampliar o alcance das demandas reclamadas pelas cidadãs e pelos cidadãos que compõem esses movimentos sociais, na medida em que realiza um tipo de transformação (biográfica e bibliográfica) em seus conteúdos capaz de lhes conferir reconhecimento institucional (educacional, universitário) sem capturar ou colonizar os meios autônomos pelos quais conduzem suas lutas.

(3) Curso “O Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil” que buscou expor análises que incorporam as distintas áreas da produção de conhecimento, permitindo debates coletivos sobre o Golpe de 2016 e o Futuro da Democracia no Brasil. Construído por docentes/pesquisadores de diferentes áreas e subáreas da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), o curso recebeu um total de 181 inscritos, dos quais 50 foram sorteados, sendo 60% do público formado pela comunidade externa à universidade e 40% por nossos alunos. O curso foi coordenado por Tassia Rabelo de Pinho e Adalton Marques.

(4) O curso de “Introdução à língua grega” foi oferecido em duas ocasiões: 2017 e 2021. Nos dois casos, foi um curso instrumental de grego clássico realizado com a intenção de apresentar ao público geral os rudimentos dessa língua, considerando com isso a relevância do seu conhecimento para todos os interessados em estudos teológicos, filosóficos e humanísticos. Pretende-se, com isso, tratar do alfabeto e tornar os alunos capazes de identificar e ler palavras escritas em grego, além de fornecer indicações sobre a pronúncia, sobre os termos básicos da língua e sobre determinadas noções de morfologia, sintaxe e filologia da língua grega. Em suma, dentre as metas visadas, é preciso destacar o interesse em iniciar os participantes nos estudos de morfossintaxe da língua grega antiga: alfabeto, artigos definidos, casos e declinações dos substantivos e adjetivos, aspectos, modos, vozes (ativa, média e passiva), tempos dos verbos, orações subordinadas etc.

(5) O curso de “Formação para a Comissão Pastoral da Terra” foi registrado como projeto de extensão na Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenado nacionalmente pelos professores Claúdio Lopes Maia, Ismar da Silva Costa e Jadir de Morais Pessoa, o Projeto nacional de formação em educação e diversidade camponesa foi concebido para ser executado de maneira descentralizada, através de parcerias com universidades de todo o país. No sertão nordestino, a condução do projeto ficou a cargo das coordenadoras da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Marina Rocha Braga (Centro Norte-Bahia – Juazeiro), Maria Aparecida Silva (Centro Norte-Bahia – Senhor do Bonfim) e Vanúbia Martins de Oliveira (Nordeste 2), além do professor Adalton Marques (UNIVASF). Com duração de 384h, o curso atendeu 26 alunas(os) provenientes de várias cidades do Nordeste, todas(os) elas(es) atuando em situações de conflitos agrários.

(6) O projeto “Univasf Livre” representa um esforço de trazer a comunidade ao debate universitário e o debate relativo à comunidade para a universidade. Trata-se de oficinas livres mensais e cursos livres semestrais abertos à comunidade em geral sobre temas de utilidade pública que visam o esclarecimento e que serão fornecidos por especialistas, lideranças e personalidades que convidarão os participantes ao debate sobre questões de ordem ética, política, moral etc. A ideia de uma universidade livre se refere simplesmente ao fato não trivial de se fornecer cursos livres e oficinas livres a um público indiscriminado. O Univasf Livre tem como proposta incitar debate político sobre temas relevantes à sociedade atual. Nesse sentido, os cursos livres e as oficinas livres atendem às demandas de alguns dos problemas que acossam o sertão nordestino, a sociedade brasileira e o mundo.

(7) A “Formação em direitos humanos, teologia e diálogo inter-religioso” visa o enfrentamento de situações cotidianas de intolerância e racismo religioso no Brasil e, particularmente, no Vale do São Francisco. Há estímulo a uma cidadania consciente de seu papel social diante dos outros concidadãos, comumente minorias, em termos de respeito, diálogo e tolerância. Para tanto, a formação tem três eixos constitutivos: (1) temas teológicos fundamentais para se compreender alguns dos desafios atuais do cristianismo; (2) temas sociais que evidenciem as implicações e responsabilidades ético-políticas da religião; e (3) temas ecumênicos e inter-religiosos necessários para uma coexistência pacífica.